Nem mesmo áreas que deveriam ser protegidas estão escapando das queimadas e tiveram parte das florestas destruídas nos últimos dias. Imagens do satélite Sentinel-2, do programa Copernicus, mostram que as queimadas já atingiram mais de 3 mil hectares pela região, dos quais mais de 300 hectares estão em unidades de conservação.
Dados de realce do Sentinel-2 indicam que em Itaocara os incêndios atingiram 803 hectares, dos quais 186 hectares estão situados dentro da Área de Proteção Ambiental/Monumento Natural da Serra Vermelha. Outros dois focos atingiram a vegetação na Área de Proteção Ambiental/Monumento Natural da Serra da Bolívia, somando 29 hectares.
Já em São José de Ubá, 134 hectares foram danificados pelas chamas no Monumento Natural da Pedra Redonda. Essas unidades de conservação protegem alguns dos principais remanescentes de Mata Atlântica no Noroeste Fluminense.
Já entre São Fidélis e Cambuci, diversas ilhas do Paraíba do Sul também foram incendiadas. Embora as ilhas não estejam em unidades de conservação, também são consideradas áreas protegidas, definidas pelo Código Florestal como áreas de preservação permanente (APP).
Questionado sobre ações preventivas e coercitivas, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que os guarda-parques atuam na prevenção e no combate aos focos de incêndio (este último em apoio ao Corpo de Bombeiros) nas unidades de conservação estaduais administradas pelo órgão ambiental estadual.
No Noroeste Fluminense, o Inea administra o Parque Estadual do Desengano que abrange parte do município de São Fidélis. O órgão informou que, até o momento, não há registros de focos de incêndio.
O Inea informou ainda que intensificou sua atuação preventiva a incêndios florestais por meio do Programa Fumaça Zero, que visa ampliar as ações preventivas aos incêndios florestais, por meio de iniciativas de educação ambiental nas comunidades; intensificação do monitoramento nas unidades de conservação estaduais, e emissão de notificações para moradores que residem ao redor de parques, reservas e Áreas de Proteção Ambiental estaduais.
O objetivo é estimular a conscientização das pessoas sobre os riscos que a prática de queimadas pode ocasionar para as florestas. A iniciativa é realizada, anualmente, no período de estiagem (de maio a setembro) em todo território fluminense. O Programa Fumaça Zero iniciou em julho, suas atividades nos municípios de São Fidélis, Aperibé, Cardoso Moreira, Cambuci, Itaocara e Varre-Sai.
Da redação da Rádio Natividade/Folha Itaocarense