A Câmara Municipal de Natividade, que registrou no último pleito uma das menores renovações dos últimos tempos – dos 10 candidatos a reeleição, sete retornam – vive agora a expectativa de escolher sua nova mesa diretora.
E as movimentações de bastidores, já estão intensas, com a princípio, segundo sondagem, três nomes se colocando na disputa como cabeça de chapa na presidência. E mantendo a tradição, por hora, nenhum deles, de primeiro mandato.
Em Natividade, foram quatro candidatos majoritários e três deles, conseguiram emplacar cadeiras no legislativo. A coalisão de Murillo Júnior, o segundo mais votado para prefeito, fez cinco: O atual presidente Lucas Merson, Filho Barreto, Fabiano do Bim, Bernardo de Pinho e Rodrigo do Manoel Filho.
Neste grupo, os dois primeiros, já externaram a vontade de colocarem seus nomes à disposição dos colegas, mas dificilmente, segundo interlocutores, entrarão em disputa direta, com tendência de composição entre a dupla.
Logo depois, a coligação de Taninho, o mais votado nas urnas, mas cuja eleição está sub júdice e que permanece aguardando uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fez quatro representantes: Mosquinha, o mais votado para o parlamento, Sabará, Vinícius Lopes e Erivelton de Castro.
Na terceira fila, surge o PDT, de Afrânio Mendonça, o terceiro colocado para prefeito, que carimbou Luizinho Costa e Kará Márcia, ambos reconduzidos ao cargo e que devem ser os fiéis da balança.
Se originalmente a eleição da mesa diretora já é bastante disputada, em Natividade, neste próximo ano em especial (é definida na cerimônia de posse em 01 de janeiro), ela ganha ares bem maiores, sobretudo por conta da indefinição da disputa para prefeito.
Campeão nas urnas no último dia 06, Taninho (UNIÃO), conta em seu desfavor, com decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ), que acatou recurso do MP e da coligação de Murillo Júnior, reformando sentença da 43ª Zona Eleitoral e declarando sua inegibilidade, com base na Lei da Ficha Limpa.
O caso ainda é passível de análise na última instância, que pode modificar ou corroborar o que definiram os desembargadores, por unanimidade. Em outras palavras, até a presente data, Natividade não teve seu prefeito eleito proclamado.
E é justamente aí, que reside toda a importância da escolha do presidente do legislativo. Pouco antes da eleição e diante de eventuais dúvidas, durante entrevista concedida à Rádio Natividade a juíza Leidejane Chieza, esclareceu a situação.
“Se o TSE der ganho de causa ao candidato mais votado, vida que segue! Ele será diplomado e empossado. Do contrário, nova eleição deverá ser convocada”, cravou a magistrada, sepultando ainda a ideia de que o segundo colocado seria o herdeiro do mandato, o que de fato, já existiu no passado, mas não mais.
Caso a cidade tenha que de fato voltar às urnas, quem assume interinamente é justamente o presidente da Câmara, que exercerá um governo provisório, até que a nova chapa seja confirmada como favorita pelos quase 13 mil eleitores do município.
Procurados, os líderes das forças políticas locais, tratam o assunto, pelo menos publicamente, com cautela. Taninho, informou que não deve interferir no processo. Afrânio disse que é preciso avaliar, mas que a decisão é de ordem partidária e que deve em breve, se reunir com seu grupo. Murillo Júnior, por sua vez, não respondeu aos questionamentos.
Por outro lado, em se tratando de Câmara de Natividade, tudo pode acontecer. O regimento interno, permite que candidaturas sejam registradas até instantes antes da eleição e portanto, até lá, muita coisa pode acontecer!
Por Vanderson Garcia – jornalista