Deolira Glicéria Pedro da Silva comemorou nesta segunda-feira (10) seus incríveis 120 anos de idade. Uma marca para poucos. A longevidade da moradora do bairro Frigorífico, em Itaperuna, impressiona ao ponto da idosa poder ser considerada a mais velha do mundo. Ela tem identidade e certidão de nascimento, mas depende do registro de batismo para ganhar o título em ranking mundial.
A idosa soma três filhos, 20 netos, 40 bisnetos e 37 tataranetos. Os descendentes se referem a Deolira como o “Terror do INSS”, tema inclusive de seu aniversário de 117 anos.
Mesmo com os 120 anos completados, Deolira ainda não figura no topo do ranking mundial das pessoas mais longevas do mundo. Outra brasileira, a freira gaúcha Inah Canabarro Lucas, quatro anos mais jovem, ocupa a posição, após reconhecimento do Gerontology Research Group, instituição científica que valida a idade dos supercentenários.
Neste momento, a idosa precisa apresentar mais um documento para ter sua idade reconhecida. Ela já possui certidão de nascimento e identidade, mas não é o suficiente. Tudo porque em 1977 a casa em que morava sofreu uma grande enchente e os originais se perderam.
A emissão dos novos documentos ocorreu a partir desta data. Se conseguir comprovar a idade, Deolira estará a dois anos de se tornar o ser humano mais longevo de todos os tempos.
O médico Juair Abreu Pereira, que cuida de Deolira há três anos, colabora na tentativa de se obter o registro de batismo da idosa, nascida em 10 de março de 1905, na área rural de Porciúncula. As buscas se estendem até Tombos, município mineiro na divisa do o Rio, como na Paróquia da Imaculada Conceição.
— Fomos a cartórios e buscamos registros junto à paróquia. Vi escritas de livros muito antigos. A paróquia data de 1852 e existem relatos de batismo e de casamentos. Os padres mesmo faziam os registros nos livros — conta o médico, que ainda procura por registro em outras igrejas da região.
Apesar da longevidade, Deolira vive sem uso de medicamentos para comorbidade, como hipertensão ou diabetes. A saúde da supercentenária é considerada muito boa.
A idosa não caminha e apresenta certa perda auditiva. Passa os dias deitada na cama ou sentada na cadeira de rodas. Usa poucas palavras para interagir com a família, pedindo comida, água ou café. A demonstração de memória vem quando reza ou canta.
Fonte: O Globo