A um mês da estreia da Seleção Brasileira no Campeonato Mundial de atletismo, que acontecerá em Kobe, no Japão, o velocista Ricardo Mendonça conseguiu fazer a melhor marca nos 100m da classe T37 (paralisados cerebrais) dos últimos dois anos nesta quinta-feira, 18, primeiro dia do Open Internacional da modalidade, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.
A competição, organizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), conta com 161 atletas inscritos de 14 estados e do Distrito Federal (AL, AP, CE, ES, GO, MS, PB, PE, MG, PR, RJ, RS, SC e SP), além de estrangeiros dos Estados Unidos, Argentina e Uruguai.
O atleta fluminense, ouro nos 100m e nos 200m no Mundial Paris 2023 e bronze nos 200m em Tóquio 2020, correu primeiramente as eliminatórias da prova em 11s19 e, posteriormente, a final em 11s09, melhor tempo do ano, que até então era os 11s36 do acreano Edson Cavalcante. Também superou o primeiro lugar de 2023, que era 11s10, feitos pelo próprio Ricardo quando conquistou o título parapan-americano em Santiago.
A marca só não foi mais rápida que os 11s05 cravados por ele no Desafio CPB/CPBAt de março de 2022. “Estou muito feliz, treinando aqui no Centro de Treinamento Paralímpico agora. Agradeço a essa equipe de profissionais de fisioterapia que salvou meu joelho, já que eu estava voltando de lesão. Felicidade de correr bem. Agradecer a todo trabalho feito comigo”, afirmou Ricardo, que sofreu um acidente em 2014 que deixou sequelas no braço e perna direitos.
Ele está entre os 42 dos 50 atletas que foram convocados para o Mundial de atletismo e competem no Open. Esta é a primeira disputa no CT Paralímpico com a Seleção Brasileira desde o anúncio da lista oficial dos esportistas que irão para a competição na Ásia.
“Eu quero a cereja do bolo. Eu quero o que todo atleta quer, o topo do mundo. A nossa preparação está focada nesse Mundial e nos Jogos de Paris 2024”, completou.
Recordes do dia
O primeiro dia do Open de atletismo no CT Paralímpico reservou alguns recordes brasileiros. Um deles foi o paraibano Joeferson Marinho, da classe T12 (deficiência visual), bateu o recorde nacional dos 100m com a marca de 10s66. Nas eliminatórias, ele já havia conseguido o mesmo feito, com a marca de 10s72. O melhor tempo do país, de 10s74, era dele mesmo, feito no Mundial de Dubai 2019.
Já nas provas de campo, Jorge Souza, o “Choco” (ex-atleta-guia da multimedalhista paralímpica Adria Santos) bateu o recorde brasileiro no lançamento de dardo F13 (deficiência visual), com a distância de 46,92m. O índice anterior era de 44,91m.
O gaúcho Wallison Fortes, nos 100m da classe T64 (amputados de membros inferiores com prótese) também registrou uma das melhores marcas do dia. O atleta, convocado para o Mundial de Kobe, igualou o próprio recorde anterior de 11s49, feito em fevereiro deste ano.
“Não é a minha prova principal, mas é minha melhor marca pessoal. Estou muito grato. Não tem como não ficar ansioso por essa minha estreia no Mundial. Vamos fazer de tudo para controlar essa ansiedade”, disse Wallison, que tem os 200m como sua disputa favorita.
Entre as mulheres, a maranhense Rayane Soares fez 12s04 ao vencer os 100m da classe T13 (deficiência visual) e também cravou a nova marca nacional – que até então era de 12s20, da mesma atleta.
O Open Internacional de atletismo contnuará nesta sexta-feira, 19, com as provas de 400m, 800m lançamento de disco e salto em distância. Os campeões mundiais Samuel Conceição e Thalita Simplício, além do medalhista paralímpico Thiago Paulino, fazem suas estreias na competição. As provas terão transmissão do canal do CPB no Youtube a partir das 8h30.
Da redação da Rádio Natividade/Ascom CPB