Papa Leão XIV rejeita renúncia e pede a D. Fernando Rifan que prossiga à frente da Administração Apostólica

Em um movimento que reforça a linha de continuidade e estabilidade na Igreja, o Papa Leão XIV rescusou a renúncia apresentada por Dom Fernando Arêas Rifan ao completar 75 anos. A decisão, aguardada com expectativa pela comunidade ligada à Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney (AAPSJMV) e por setores da tradição católica, mantém Dom Rifan no cargo de Administrador Apostólico, deixando a escolha de um sucessor para o futuro.

Dom Fernando Rifan, Bispo Titular de Cedamusa, esteve em audiência particular com Sua Santidade, o Papa Leão XIV, no Vaticano, no último dia 15 de novembro. O motivo principal do encontro, conforme o próprio Bispo havia anunciado publicamente, era falar sobre sua renúncia, um procedimento padrão na Igreja Católica quando um Bispo atinge a idade canônica de 75 anos.

A AAPSJMV, sediada em Campos dos Goytacazes (RJ), é uma circunscrição eclesiástica de rito latino que mantém o uso da Forma Extraordinária do Rito Romano (Missa Tridentina), em comunhão plena com a Santa Sé.

Embora o Papa não forneça respostas imediatas, conduzindo primeiro as “consultas de praxe” por meio dos canais competentes, fontes próximas à Administração Apostólica e relatos subsequentes ao encontro indicam que a decisão do Santo Padre foi pelo prolongamento do mandato de Dom Rifan.

Dom Rifan, ao comentar sobre a renúncia, manifestou a oração de São Martinho: “Senhor, se ainda sou necessário ao vosso povo, não recuso o trabalho.”

A permanência de Dom Rifan é vista como um sinal de reconhecimento do sucesso e da estabilidade que ele trouxe à Administração Apostólica, atuando de maneira crucial como uma “ponte” entre a tradição e o Vaticano II, promovendo a hermenêutica da continuidade.

A Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney foi criada em 2002 como uma solução canônica para um grupo de sacerdotes e fiéis que desejavam permanecer fiéis à Tradição Litúrgica, mas em união com Roma. Desde então, sob a liderança de Dom Fernando Rifan, a AAPSJMV demonstrou crescimento de vocações e expansão de atividades pastorais, tornando-se uma referência do “Rito Antigo” no Brasil.

A decisão do Papa Leão XIV reforça a mensagem de que a Igreja valoriza e apoia as comunidades ligadas à liturgia tradicional que estão em plena comunhão com o Sucessor de Pedro.

Por Vanderson Garcia – Jornalista