Uma mancha espumosa de cor esbranquiçada e com causa ainda indeterminada chamou a atenção e gerou preocupação entre os moradores de Natividade na manhã desta sexta-feira (14). O fenômeno foi registrado nas duas margens do Rio Carangola, afetando o trecho que passa pelos fundos da Rua Monsenhor Miguel do Reis Mello, no bairro Liberdade, e a Rua Professor Borges, no Centro.
A presença da espuma, que cobriu parte da superfície da água, levanta questionamentos sobre a saúde do manancial, que já enfrenta problemas de poluição e descarte irregular de lixo, conforme apontado por relatórios ambientais anteriores.
A Rádio Natividade, após ser alertada pelos populares, enviou as imagens da ocorrência para a análise da bióloga Maria Inês Tederiche Micichelli. Contudo, até o momento, não há uma definição exata sobre o que teria provocado a formação da mancha.
Especialistas em recursos hídricos indicam que a formação de espuma em rios pode ter diversas origens, que vão desde processos naturais, como a decomposição de matéria orgânica, até o despejo de efluentes e produtos químicos não tratados, como detergentes e sabões, especialmente após períodos de chuva ou em regiões de alta concentração de esgoto.
Após ser acionado pela Rádio Natividade, o secretário Municipal de Meio Ambiente, Anderson Lira, se manifestou sobre o caso. Ele afirmou que, visualmente, não é possível identificar a origem da mancha e destacou o longo histórico de problemas ambientais no Rio Carangola.
“O Rio Carangola tem um histórico muito, muito, muito ruim de degradação. Nós temos um rio maravilhoso, um rio lindo, um rio que a gente poderia aproveitar para diversas coisas, inclusive turismo, esportes sustentáveis, mas, infelizmente, nós depositamos todo tipo de rejeito, efluente, principalmente efluente sanitário. O esgotamento sanitário vai todo pro Rio Carangola, e a gente tem maltratado bastante esse rio,” declarou o secretário Lira.
Lira também mencionou que há um trabalho de recuperação do rio em pauta, mas que depende de recursos e financiamento. Ele informou que já conversou com a empresa Rio + Saneamento sobre a possibilidade de construir estações de tratamento de esgoto, mas que a previsão para essas realizações é somente para 2026 e 2027.
Sobre a mancha específica, ele reforçou que a cidade não possui indústrias químicas de grande porte que pudessem ter feito um descarte irregular capaz de causar o fenômeno, sugerindo que o caso esteja ligado à poluição.
Da redação da Rádio Natividade
Natividade FM