Conselho do Hospital Natividade emite nota criticando o governo e se queixando de atraso nos repasses

O grupo que comanda o Hospital Natividade – diretoria e Conselho Deliberativo – subiu o tom das negociações envolvendo a prestação de serviços entre a entidade e a governo municipal.

Em contato com a Rádio Natividade, a presidente do H.N, Ivete Martins, deu a tônica da situação.

– Essa é nossa triste realidade! Fomos pacientes, tentamos outros meios e estamos sendo simplesmente ignorados! A comunidade tem que saber e não podemos arcar com um ônus que não somos responsáveis, se queixou.

Em nota distribuída nesta terça-feira (29) assinada pelo Conselho (leia a íntegra ao final do artigo), eles relatam que atualmente passam por situação crítica, cuja causa, seria o descumprimento do convênio vigente por parte da atual gestão municipal, liderada pelo prefeito Marcos Antônio Toledo (Taninho), a quem acusam de “irresponsabilidade e falta de compromisso”.

Segue o documento, enfatizando “que o hospital, que nos últimos anos tem sido reconhecido por avanços significativos na qualidade dos serviços, investimentos em infraestrutura, valorização de colaboradores e regularidade com fornecedores, vê-se agora ameaçado. A Secretaria Municipal de Saúde está retendo, de forma injustificada, o repasse da verba do MAC (Média e Alta Complexidade), que tem origem no Ministério da Saúde”.

O comunicado ressalta ainda, “que o valor referente ao mês atual está disponível na conta do Fundo Municipal de Saúde desde o dia 9 de julho, mas não foi repassado ao hospital. Além disso, a mesma omissão já havia ocorrido no mês de junho, comprometendo gravemente o funcionamento da unidade de saúde. A retenção desses recursos está levando o Hospital Natividade à beira de um colapso. Atualmente, a instituição está impossibilitada de honrar compromissos essenciais com fornecedores de combustível, exames laboratoriais especializados, energia elétrica, gás medicinal, materiais de limpeza e gêneros alimentícios, entre outros”.

Eles sustentam ainda, “que o Hospital Natividade não possui reserva financeira para suportar este cenário de descaso. A atual diretoria, à frente da gestão há três anos, afirma ter sempre honrado seus compromissos com responsabilidade e transparência”, solicitando ainda “o apoio e engajamento da comunidade de Natividade e do Poder Legislativo Municipal, representado pelos vereadores, para que cobrem da Prefeitura o imediato cumprimento do convênio e a regularização dos repasses ao hospital”.

O outro lado

Os termos convênio tem sido alvo de cobranças da atual gestão, desde que assumiu no mês passado, inclusive, sendo alvo de reunião, mediada pelo Ministério Público. A principal crítica, por parte do governo, representado pelo prefeito Marcos Antônio Toledo (Taninho) seria a suposta de falta de transparência na prestação contas da instituição. O jornalismo da Rádio Natividade, solicitou um posicionamento da Prefeitura de Natividade com sua versão dos fatos, o que será publicado, assim que enviado à emissora.

 

Leia a integra da nota:

 

COMUNICADO OFICIAL À COMUNIDADE DE NATIVIDADE

O Conselho Deliberativo do Hospital Natividade (HN) vem, por meio deste, informar e esclarecer à população de Natividade a atual situação crítica enfrentada por esta instituição de saúde.

Quem tem acompanhado o trabalho do HN nos últimos anos sabe dos avanços significativos conquistados: melhoria na qualidade dos serviços prestados, investimentos em infraestrutura, valorização dos colaboradores com salários em dia e respeitando suas categorias, regularidade na documentação e nos pagamentos aos fornecedores.

Entretanto, lamentamos informar que esta realidade encontra-se ameaçada.

Por irresponsabilidade e falta de compromisso da atual gestão municipal, representada pelo prefeito, as regras do convênio vigente com o Hospital Natividade estão sendo descumpridas, conforme demonstra a cláusula anexa. A Secretaria Municipal de Saúde está retendo, de forma injustificada, o repasse da verba do MAC (Média e Alta Complexidade), que é oriunda do Ministério da Saúde, com valores previamente fixados e de transferência obrigatória ao conveniado, conforme cláusula décima primeira do convênio.

O valor referente ao mês atual está disponível na conta do Fundo Municipal de Saúde desde o dia 09/07, e até o momento não foi repassado ao hospital. Ressaltamos que, no mês de junho, já houve a mesma omissão, comprometendo gravemente o funcionamento da unidade.

Essa retenção está nos levando à beira de um colapso. Atualmente, o hospital está impossibilitado de cumprir compromissos essenciais com fornecedores de:

– combustível;
– exames laboratoriais especializados;
– energia elétrica;
– gás medicinal;
– materiais de limpeza;
– gêneros alimentícios, entre outros.

O Hospital Natividade não possui reserva financeira para suportar esse cenário de descaso e desrespeito. Esta diretoria está à frente da gestão do HN há três anos e, nesse período, sempre honrou seus compromissos com responsabilidade e transparência.

Diante da gravidade da situação, solicitamos o apoio e o engajamento da comunidade de Natividade e do Poder Legislativo Municipal, representado pelos vereadores, para que cobrem da Prefeitura o imediato cumprimento do convênio e a regularização dos repasses ao hospital.

A omissão de hoje compromete diretamente o atendimento de amanhã.

O Hospital Natividade pertence à população. E é por ela que continuaremos lutando.

Conselho Deliberativo do Hospital Natividade