A onda de fechamentos de agências do Banco Itaú em cidades do interior, como Bom Jesus do Itabapoana e Carangola, tem gerado apreensão em diversas comunidades, e Varre-Sai não é exceção. O Prefeito Lauro Fabri expressou sua preocupação com o cenário, especialmente em relação aos servidores municipais e aposentados da Caixa de Previdência, que recebem seus vencimentos pelo Itaú na cidade.
“Esse cenário tem gerado apreensão, principalmente entre os servidores municipais e aposentados da Caixa de Previdência, que recebem seus vencimentos pelo Itaú aqui em Varre-Sai”, afirmou o Prefeito Fabri. Ele buscou informações diretamente com a Dra. Karlla, responsável pela coordenação regional do banco, para entender a situação da agência local.
Ainda segundo Fabri, a boa notícia trazida pela Dra. Karlla é que, até o momento, não há nenhuma decisão ou comunicado oficial sobre o fechamento da agência do Itaú em Varre-Sai.
“Isso traz um certo alívio em meio à incerteza gerada pelos mais de 230 encerramentos de unidades do banco em todo o Brasil”. No entanto, uma mudança significativa está a caminho:
“Fui informado de que o banco deixará de realizar o serviço de pagamento de funcionários públicos em todo o país, e que a Prefeitura deverá buscar outra instituição para assumir essa função”, revelou o Prefeito. Ele admitiu ter achado a informação “estranha”, mas ressaltou que essa foi a única comunicação oficial recebida até agora sobre o futuro das operações do Itaú em Varre-Sai.
Tendência nacional
A atiute tem gerado grande preocupação entre os correntistas e a população local. Essas medidas refletem uma tendência de reestruturação dos grandes bancos, que buscam otimizar custos e direcionar o atendimento para canais digitais, mas que impactam diretamente comunidades que dependem do serviço presencial.
O Caso de Bom Jesus do Itabapoana
Em Bom Jesus do Itabapoana, a agência do Itaú foi fechada definitivamente em maio de 2024, após ter sido afetada por fortes chuvas. A decisão do banco gerou indignação, especialmente porque a unidade era a única do Itaú na cidade e atendia também a cinco municípios vizinhos, totalizando cerca de 133 mil habitantes.
O fechamento deixou milhares de clientes, incluindo beneficiários do INSS, sem acesso fácil aos serviços bancários. A agência mais próxima agora fica em Itaperuna, a aproximadamente 45 quilômetros de distância, o que representa um grande inconveniente e custo de deslocamento para muitos.
A prefeitura chegou a fazer um apelo formal para a reabertura, destacando o grave impacto social e econômico. Além disso, houve um incidente lamentável em junho de 2024, quando cópias de documentos pessoais de clientes foram descartadas indevidamente em uma caçamba em frente à agência desativada, gerando preocupação com a segurança dos dados.
Mais recentemente, na semana passada, a cidade de Bom Jesus do Itabapoana enfrentou um novo golpe com o fechamento da agência do Santander, que havia sido inaugurada há pouco mais de dois anos.
Anúncio de Fechamento em Carangola
O Banco Itaú anunciou que encerrará as atividades de sua agência em Carangola no próximo dia 31 de julho de 2025. A informação foi confirmada pela própria instituição, que já iniciou a comunicação com os clientes da unidade, que deverão buscar por alternativas em cidades vizinhas ou a adaptação aos canais digitais do banco, como aplicativo e internet banking.
Sindicatos de bancários têm denunciado a falta de transparência do Itaú em seus processos de reestruturação, que incluem o fechamento de agências e a transformação de algumas em “espaços de negócio”, gerando insegurança entre funcionários e clientes.
Impacto nas Cidades do Interior
O fechamento de agências bancárias no interior do Brasil é um tema recorrente e preocupante. Bancos como o Itaú, apesar de registrarem lucros bilionários (o Itaú lucrou R$ 11,1 bilhões no primeiro trimestre de 2025), continuam a reduzir sua presença física. Essa estratégia, justificada pela crescente digitalização das operações, desconsidera as necessidades de uma parcela significativa da população que ainda depende do atendimento presencial, seja por falta de acesso à tecnologia, dificuldade de adaptação ou pela natureza de certas transações que exigem a presença física.
As consequências são diversas:
Dificuldade de acesso a serviços bancários: Especialmente para idosos, pessoas sem acesso à internet ou sem familiaridade com plataformas digitais.
Prejuízo ao comércio local: A circulação de pessoas e dinheiro nas cidades diminui, afetando a economia.
Perda de empregos: O fechamento de agências resulta em demissões de bancários e terceirizados.
Exclusão social e financeira: Aprofunda a disparidade entre grandes centros e cidades menores, onde o acesso a serviços básicos já é limitado.
A tendência de digitalização é inegável, mas a forma como ela é implementada, sem a devida atenção às particularidades regionais e sociais, gera sérios desafios para os moradores de cidades como Bom Jesus do Itabapoana e Carangola.
Da redação da Rádio Natividade