Interrupção de trabalhos do IML de Itaperuna aumenta ainda mais o sofrimento de famílias

A interrupção dos trabalhos – ainda que momentaneamente – dos serviços de necropsia no Instituto Médico Legal (IML), de Itaperuna, tem gerado ainda mais sofrimentos a famílias que perderam alguns de seus membros, vítimas de eventos que necessitem a verificação de causas de óbito. São casos de pessoas, que faleceram por conta de morte natural – mas que estão pendentes de laudo, homicídios, acidentes, entre outros.

O comprometimento – por falta de profissionais – tem feito com que seja necessário levar os cadáveres até o posto de Campos dos Goytacazes, distante mais de 100 quilômetros da unidade do Noroeste Fluminense.

A situação, contudo, pode ser ainda pior para alguns moradores, como os de Varre-Sai, por exemplo, que em caso de necessidade, precisarão, entre ida e volta, percorrer mais de 320 quilômetros.

Da redação da Rádio Natividade

Problema se arrasta desde 2016

Alvo de acusações de abandono pelo menos desde 2016, quando passou dois meses fechado, o Instituto Médico Legal (IML) de Itaperuna, no Noroeste Fluminense, voltou a ter os serviços prejudicados pela falta de funcionários, que se queixam de atrasos no pagamento. Com isso, o atendimento passou a acontecer na unidade de Campos.

Os pagamentos vinham sendo feitos pela Prefeitura de Itaperuna, em um convênio com o Estado, desde o início do mandato do prefeito Alfredão, em janeiro de 2021, e custavam mensalmente aos cofres do Município R$ 130 mil. Mas a validade do acordo teria se esgotado, o que levou a um impasse entre o Município e o Palácio Guanabara a respeito da responsabilidade sobre a unidade.

O problema afeta diretamente os familiares de vítimas de mortes violentas, que precisam necessariamente passar por exame necroscópico no IML antes de terem os corpos liberados para sepultamento.

Em nota, a Prefeitura de Itaperuna informou que “o serviço é de competência do governo do Estado do Rio de Janeiro” e que “custeou o mesmo até o momento para atender a população local e, assim, evitar que os corpos fossem encaminhados para necrópsia e liberação nas cidades de Santo Antônio de Pádua ou Campos dos Goytacazes”.

O Município garantiu, ainda que “está trabalhando para resolver a situação o mais breve possível” e que “já havia informado ao Estado que não teria condições de continuar com mais esses gastos e, pelo não cumprimento do acordo, está buscando uma nova solução”.

Também por meio de nota, a Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou que “que se trata de uma situação pontual e que será solucionada com a nomeação dos candidatos aprovados nos últimos concursos em andamento, e convocados para os cursos de formação na Acadepol. São 87 vagas para o cargo de perito legista, 38 para perito criminal, 100 para técnico de necropsia e 100 vagas para auxiliar de necropsia”.

A Superintendência-Geral de Polícia Técnico-Científica (SGPTC) acrescentou, ainda, que, “temporariamente, os exames de necropsia estão sendo realizados no Posto Regional de Polícia Técnica e Científica (PRPTC) de Campos dos Goytacazes. No entanto, o atendimento aos familiares segue acontecendo no PRPTC de Itaperuna”.

Fonte: Terceira Via